terça-feira, 21 de março de 2017

Há sempre a poesia

Dizem que não há
Palavras para a gratidão
Daquela que embarga
Sufoca o coração

Dizem que não há
Expressão escrita ou falada
Sentimentos profundos
Alma calada

Dizem que não há
Como dizer o amor
Tristeza mais dura
Suspensa na dor

Dizem que não há
Não haverá nem havia!
Gente sem credo
Há sempre a poesia!

#Escritório

segunda-feira, 20 de março de 2017

O da perdigota

Nomes para tudo e mais alguma coisa. De praças a pracetas, de ruas a avenidas. Às vezes engraçados, outras absolutamente convencionais. O que não faltam são nomes.
Já por uma ocasião (gosto mais de dizer «uma ocasião» em lugar de «uma vez») dei nota da minha reacção quase epidérmica à afronta que é insistirem em impor-nos nomes oficiais a lugares que tiveram, têm e sempre terão os seus nomes consagrados (alguém chama rotunda AEP à dos Produtos Estrela, ou Praça Mouzinho de Albuquerque à Rotunda da Boavista, ou Gomes Teixeira à Praça dos Leões?). Adiante.
Ando há uns tempos a estudar o conflito latente entre o departamento de toponímia e o departamento de esculturas urbanas.
Cá pelo Porto a disputa espalha-se por toda a cidade e chega a ser caricata.
Ai aqui é a Praça do General Humberto Delgado (para mim é simplesmente parte de cima dos Aliados…)? Então toma lá com uma estátua de Almeida Garrett mesmo no meio!
Largo D. João III? Olha ficava mesmo bem uma estátua do Afonso de Albuquerque (faz de conta que eram amigos).
E esse clássico da estátua do Garcia da Orta (sem H!)? Não, não se chama Praça Garcia da Orta. É antes Largo Tomé Pires … até é parecido…
Gosto é daquela na Rotunda do Castelo do Queijo, perdão da Praça Gonçalves Zarco (sabiam?). É que nem Queijo nem Zarco. Bem, bem é um cavalo com o D. João VI!
Mas o jogo do rato e do gato continua. No Jardim João Chagas (ide pesquisar onde é) bem que podem procurar uma estátua ou busto do dito que não encontram. Mas por lá jazem o António Nobre e o Ramalho Ortigão!
E na Praça da Batalha, com o D. Pedro V? Ou na Rua D. Carlos, no Passeio Alegre, o monumento ao Raúl Brandão? Ou ainda o Júlio Dinis no Largo Prof. Abel Salazar? E olhem que não faltam mais exemplos!
Meus amigos, vai para aí uma confusão dos diabos, sem regra nem freio!
E o mais extraordinário é que não havia necessidade disto. O D. João VI podia estar na rua com o mesmo nome. O Júlio Dinis também. O Garcia da Orta (sem H!). O Afonso de Albuquerque. E por aí fora.
Eu se fosse edil cá do burgo alinhava na brincadeira. Mandava construir um grande Largo. E plantava lá uma enorme bota. Ah, o nome do Largo? Isso. O da perdigota.

#Saladeestar

Próximo

1. Percebo as diferentes perspectivas. Cada um gere os jogos com as armas de que dispõe.
2. Acho deprimente ver uma equipa aos 5 minutos a perder tempo e a simular lesões. Aos 5, aos 15, aos 20. Mais ou menos à média de uma lesão de 5 em 5 minutos. Desde o início. A cada substituição, a cada dividida. Se os deixam...
3. Não. Não foi daqueles jogos em que não tivemos ideias e não quisemos. Não foi, claro, o jogo mais inspirado. Mas lutámos. E quando é assim para mim faz diferença.
4. Entre bolas no poste e no meco, sobrou a frustração. Mas não é este jogo - um jogo - que me abala a confiança.
5. Quero mas é o foco no próximo. Nem me interessa com quem é (ainda não olhei para o calendário).


#Saladejogos

quinta-feira, 16 de março de 2017

Dúvidas do tempo que passa

1.     Já confirmaram junto de Capoulas Santos se estudou os dossiers do BANIF antes de assinar a proposta de OE rectificativo no Conselho de Ministros de 21 de Dezembro de 2015?

2.     Que tal os resultados nas eleições do ministro socialista das finanças holandês que manda no ministro socialista das finanças português?

3.     Entre o Sporting e o Sócrates já estou perdido: qual dos dois perdeu mais recursos em tribunal?

4.     Quem é a Teresa Leal Coelho?

#Saladeestar

quarta-feira, 15 de março de 2017

Vamos mas é ao que agora interessa

1. Não sou de vitórias morais. Perdemos. Não posso estar contente.
2. Batemo-nos com brio, com intensidade e sem medo. Não chega mas eu valorizo quando é assim.
3. Em dificuldades pouco sobrou. Mas apesar delas não nos encolhemos e batemo-nos 90 minutos como equipa organizada.
4. A simbiose entre as bancadas e o campo, entre a equipa e os adeptos, vai para lá deste jogo. Sente-se e ouve-se. Em qualquer estádio. Revejo-me nesta entrega.
5. Há uma certa fome que fica deste jogo. Parece-me um bom tónico para o que se segue. Já no domingo, que é o que agora interessa.

#Saladejogos

terça-feira, 14 de março de 2017

4 anos com Francisco

Devo aos Papas da minha vida – três até agora – muito do que quero ser e do que procuro fazer.
Ao fervor e desamparo de João Paulo II, seguiu-se a profundidade simples e desarmante de Bento XVI que, depois, num impulso de surpresa e humildade, cedeu o seu lugar ao maravilhoso Francisco.
Por militância, pela fé, pela comunhão espontânea, afeiçoo-me aos meus Papas. E mesmo a orfandade (quase desorientação) que experimentei, em 2005 e 2013, naqueles períodos que se seguiram à morte e renúncia dos Papas, sempre culminaram com a alegria do «fumo branco» na Capela Sistina.
No caso de Francisco impressiona-me – interpela-me, talvez seja o termo – a capacidade de apelar a todos. Aos «seus», naturalmente. Mas a todos os de «boa vontade», como gosta de dizer.
Não é um exercício fácil o que Francisco nos tem exibido. Também não é isento de dúvidas. E muito menos é cómodo. Mas é o seu e, por isso, é o nosso. E, estou certo, é seguramente aquele de que a Igreja precisa.
Como desde a primeira hora me pediu, rezo por ele todos os dias. Há já 4 anos!


#Jardim

segunda-feira, 13 de março de 2017

Imaginem que estupidez

Imaginem um cidadão.
Imaginem que esse cidadão não é político nem tem qualquer cargo que possa ser confundido com um cargo político.
Imaginem que esse cidadão é advogado (mas podia ser economista ou engenheiro).
Imaginem que é um daqueles advogados deontologicamente cumpridor (não vamos agora discutir o que quererá isso dizer).
Imaginem, depois, que é um advogado que se dedica predominantemente a questões de fiscalidade ou, se preferirem, de impostos.
Imaginem, portanto, que esse advogado patrocina pessoas singulares e empresas contra a Autoridade Tributária e Aduaneira.
Imaginem, ainda, que esse advogado gosta de representar interesses legítimos de clientes relevantes, com casos complexos e interessantes que, portanto, lhe dão mais conhecimento e experiência. Às vezes lá consegue, tantas vezes nem por isso.
Imaginem, finalmente, que esse advogado trabalha numa grande sociedade de advogados, depois de já ter trabalhado numa consultora (se fosse um engenheiro ou um economista, talvez trabalhasse numa grande empresa de comunicações, de energia ou de distribuição alimentar).
Ah – desculpem – imaginem, já agora, que esse advogado vive dos rendimentos desse seu trabalho.
Imaginem, num último momento, que esse cidadão e advogado (ou engenheiro ou economista) é convidado para um cargo político com potencial exposição mediática.
Imaginem a estupidez que seria ele aceitar…

PS.1 Estão a conseguir transformar o exercício de cargos públicos num impulso de estupidez.
PS.2 O debate à volta dos impedimentos, das incompatibilidades, da revelação dos interesses (anteriores e posteriores), por parte dos titulares dos cargos públicos, é da maior relevância. Mas está demagógica e dolosamente contaminado.

PS.3 Para que não subsistam dúvidas, eu defendo – imaginem – no ministério das finanças alguém com experiência em orçamento e finanças, no ministério da defesa quem perceba de defesa e de relações internacionais, na justiça quem tenha experiência e conheça o quadro de actuação dos operadores judiciários, no ambiente quem tenha experiência e perceba de energia e ambiente, e por aí fora. E, sim, na secretaria de estado dos assuntos fiscais, alguém que perceba de impostos e que não caia lá de paraquedas sem qualquer experiência. Isso implica enfrentar dificuldades em matéria de incompatibilidade e impedimentos? Sem dúvida. Mas essas dificuldades não se resolvem no terreno da fulanização demagógica.

#Escritório

quinta-feira, 2 de março de 2017

Imbecil

É preciso ser muito fraco para defender e inventar (inventar parece-me ser o termo) razões (razões já não me parece ser o termo) para justificar (justificar também não me parece ser o termo) a enormidade que é as mulheres receberem menos que os homens por igual trabalho.

Mas essa do "mais fracas" é demasiado fraca (fraca talvez nem seja o termo). É sobretudo imbecil (imbecil parece-me mais o termo).

#Saladeestar