quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Infantis, é o que são


Resisto quase sempre a engrossar o coro de indignados contra os partidos.
O meu problema – ou a minha dissonância – com o tom generalizado prende-se com o ódio fácil a tudo o que seja «financiamento» e «partidos» quando conjugados.
Os partidos, como quaisquer organizações, carecem de meios financeiros para cumprirem o seu objecto.
Dá-se o caso do objecto dos partidos ser – permitam-me a frase feita – cumprir a democracia, isto é, participar da representação dos cidadãos. Não é coisa pouca e não é, sobretudo, coisa despicienda.
Para que não me julguem erradamente, declaro já que não concordo com a isenção envergonhada de IVA. Mas nem é isso que me indigna.
O que verdadeiramente me indigna – aí sim, engrosso abertamente o coro de indignados – é o instinto infantil dos que «ocupam» (ocupam parece-me o termo adequado) os partidos.
É infantil porque é infantil o jogo das escondidinhas. É infantil porque deixam o rasto à vista dos «progenitores» e expõem-se ao inevitável «puxão de orelhas». E é infantil porque não têm (ainda) noção do ridículo.
De tão infantis que são nem se dão conta do dano que causam à sua própria causa (que até nem é assim tão injusta).
Infantis, é o que são.


#Escritório

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