sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

O país que (ainda) somos

Algures em Portugal, em Fevereiro de 2018:

«Dois quilómetros a pé de noite para ter socorro»
«Falta de telefones impediu idoso de chamar ambulância para a mulher que, a meio da noite, sofreu uma paragem cardíaca»
Esta notícia merece uma reflexão mais séria e consequente. Mas basta um simples exercício.
Se estes velhinhos (sempre achei mais ternurento, e até digno!, dizer «velhinhos» em vez de «idosos») fossem os pais de um político (de qualquer partido), de um empresário relevante, de um advogado ou médico, de um professor do ensino superior, ou, se quiserem uma generalização, de algum de nós, há muito tempo que a linha de telefone fixo que o incêndio lhes destruiu teria sido reposta. Há muito tempo!
E quem diz «a linha telefónica», podia dizer «uma cirurgia urgente mas perdida nas listas de espera».
A igualdade, em vez de nos encher a boca e adornar declarações vazias, devia servir para cuidar das vidas de todos por igual.
Não é aceitável – e devia revoltar-nos – que uma boutade populista como «a vida de uns vale mais que a de outros» seja verdadeira. Mas infelizmente, no país que (ainda) somos, é mesmo assim.


#Saladeestar
#Jardim

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