terça-feira, 3 de abril de 2018

Vocabulário triste, ridículo e perigoso


Há uma polícia (com demasiado poder) que se vem dedicando a controlar a nossa linguagem mais elementar e secular (e natural, não fujo ao termo).
Querem, à força, contrariar os sinais e expressões próprias das relações humanas e familiares.

De repente já não há poder paternal ou maternal. Há poder parental.
De repente já não há sexo. Há género.
De repente já não haverá mãe e pai (mãe e pai, vejam bem!).
Sem mais nem para quê agora querem impor o parente 1 e o parente 2.
Claro que há aqui um problema no 1 e no 2 (a hierarquização entre mãe e pai parece-me absurda). Mas o maior problema é que andam a violentar a natureza, querendo-nos impor uma linguagem pseudo neutra e politicamente correcta.
Esta erosão, metódica e constante, que vem passando pelos nossos mais elementares símbolos (agora é a mãe e o pai!) é completamente artificial e até caricata.
Estamos já a imaginar os diálogos surdos.
- Parente 1, posso ir a casa do teu parente 1?
- Quê, a casa da avó?
Ou
- Feliz dia do parente 2!
- Mas hoje é dia 19 de Março, ao que vem isso?
- É o dia do parente 2 (ou 1, como preferirem).
Se não fosse triste era só ridículo …
Mas, pelo que representa de imposição e de desestruturação social e familiar, é sobretudo perigoso.

#Escritório

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