terça-feira, 29 de maio de 2018

Intervenção

- Pede a palavra para que efeito, cidadão José Maria Montenegro?
- Não é para uma interpelação à mesa nem para uma declaração de voto (que eu não sou deputado). Era apenas para uma breve declaração de louvor.
- Tem a palavra, cidadão José Maria Montenegro.
- Muito obrigado Senhor Presidente.
Senhoras e Senhores Deputados. Muitos parabéns.

#Escritório
#Jardim

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Duvidar de nós próprios


Ainda que imposto à pressa, o debate sobre a eutanásia tem servido para conhecer imensos testemunhos incríveis.
De pessoas que se dedicam aos cuidados paliativos e no fundo dão expressão real e consequente à frase feita sobre o que é isso do «direito a morrer com dignidade». E de pessoas concretas que passaram pela decisão de pôr fim à vida e que sobreviveram a essa decisão. Ler ou ouvir estes testemunhos deveria ser suficiente para percebermos como admitir a eutanásia é um absurdo.

Porque é de elementar prudência desconfiarmos de nós próprios, da duvidosa liberdade com que, em momentos limite e de desespero, formamos e manifestamos a nossa vontade, de como somos incoerentes e repetimos arrependimentos. E quando essa fragilidade humana está directamente ligada a viver ou não viver, não podemos negar nunca o arrependimento e a incoerência. Na verdade, devemos mesmo presumir inilidivelmente como condicionado e imprestável um pedido de alguém para pôr fim à vida. Tenho medo de viver numa sociedade que desista de mim. Que não duvide de mim.

#jardim

Sócio-gerente é fajuta


Eu ainda sou do tempo em que o primeiro-ministro era presidente do conselho de administração da PT, do BCP e da TVI. Tudo ao mesmo tempo.
Desculpem lá mas ter agora um ministro ou secretário de estado sócio-gerente chega a ser fajuta.


#Escritório
#Saladeestar

terça-feira, 22 de maio de 2018

RGPD


- E o novo Regulamento Geral sobre Protecção de Dados?
- É importante. Tem sido tema de muitas sessões de formação, tem gerado sobressalto quanto baste em imensas organizações e tem dado trabalho a muito boa gente.
- Tudo muito certo (ou nem por isso). Mas não percebo nada.
- Mas olha que é espectacular.
- Espectacular?
- Pá, é tão espectacular que até está a dar para me livrar das milhares de mailing lists em que nem sabia que estava!
- Isso é espectacular. Tens razão.

#Saladeestar

segunda-feira, 21 de maio de 2018

O nosso novo cardeal



Por acaso arrisco sugerir que esta «promoção» de D. António Marto a cardeal nasceu há um ano naquele silêncio místico, profundo e arrebatador que se abateu sobre Fátima. No meio de uma multidão de centenas de milhares de fiéis, Francisco prostrou-se aos pés de Maria e rezou sem intermediações, sem interrupções, em absoluto silêncio. Naquele momento o Papa percebeu que Fátima não era um mero santuário popular, que atraía milhares de peregrinos de todo o mundo e que singrara por comoção e afeição à história dos pastorinhos.

Não. Fátima é um local de oração absolutamente transversal. Onde se geram silêncios arrepiantes. Onde o encontro com Deus se propicia como em poucos lugares.
Chega a ser curioso que Fátima se imponha aos Papas já no decurso dos seus papados. Foi assim com João Paulo II, que «despertou» para Fátima depois do atentado de que foi vítima. E é assim com Francisco que, acedendo a presidir ao centenário das aparições, partiu rendido à fidelidade e à autenticidade de Fátima como lugar de oração, de encontro e – como costumamos dizer – de altar do mundo.
Faz todo o sentido que Fátima – e os frutos dos seus silêncios e orações – estejam mais próximos do Papa. E é feliz a circunstância de essa participação se inaugurar pela fé de um Bispo que experimentou – ele próprio – essa supresa e rendição a Fátima.

Santuário de Fátima felicita o seu bispo diocesano por esta escolha e reconhece nela uma deferência para com Fátima
FATIMA.PT

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Arregaçar as mangas

Muito bem a ideia de criar uma Autoridade Nacional contra a violência no desporto (só o nome já me entusiasma). Eu por acaso acho que faltará ainda «instaurar um rigoroso inquérito», «criar um grupo de trabalho» e talvez propor uma «comissão parlamentar de inquérito». Ah, e vai ser preciso uma sede (em Lisboa porque é absurdo não ser em Lisboa, não sejamos provincianos), uma lei orgânica e um quadro de dirigentes e demais pessoal.
Estava a ver que o Governo não arregaçava as mangas e não enfrentava o problema de frente!


O primeiro-ministro anunciou na quarta-feira a criação de uma autoridade nacional contra a violência no desporto que permita às autoridades agir em ...
RTP.PT


#Saladeestar

Somos nós


No meio deste turbilhão não consigo alinhar no argumento moralista e de desdém sobre o futebol.
Não é o nosso futebol. Lamento, mas não é o nosso futebol que está mal.
Há falta de vergonha, há indícios evidentes de corrupção, há violência. Há muita incoerência (tanto na exigência de uns como na relativização de outros). O quadro não é bom de facto. Não há como negá-lo.
Mas é só no futebol? Faz sentido projectar no futebol – como se de um exclusivo se tratasse – este clima de podridão?
Não, meus amigos, isto não é um problema do futebol. Não é só no futebol que temos protagonistas que «estava-se mesmo a ver» que iam acabar mal. Não é só no futebol que andamos numa dança entre (ex)entusiastas e (neo)arrenpendidos. Não é só no futebol que as suspeitas e os indícios de corrupção são sufocantes. Não é só no futebol que a seriedade não é um valor promovido. Não. Isto perpassa a nossa sociedade de lés-a-lés.
A honra, o carácter, a seriedade, os valores da verdade e do respeito, no fundo, tudo aquilo de que é feita a decência, há muito que perderam «adeptos», «militantes», «investidores», «eleitores» …
Não há milagres. No futebol como nos partidos. No futebol como nas empresas. No futebol como nos bancos. No futebol como em tudo.
Não é o futebol. Somos nós.

#Jardim

segunda-feira, 14 de maio de 2018

A festa (IV)

19 anos. É inacreditável a última vez naquela varanda ter sido há 19 anos. Inacreditável.

A festa (III)


- E hoje onde foste?
- Fui a uma festa com os meus filhos.
- Não percebi. Foste a uma festa com os teus filhos ou foste fazer uma festa com os teus filhos?
- Isso.
- Isso o quê?
- Fui a uma festa com os meus filhos e fiz uma festa com os meus filhos.

A festa (II)


Pode ser uma mega produção, com palcos, ecrãs, colunas e muita sofisticação.
Mas a militância é que interessa.
E não há varanda como a nossa.

A festa (I)

A avenida dos Aliados é linda.

terça-feira, 8 de maio de 2018

E somos

1. Soa quase a capricho mas eu preferia festejar a conquista matemática do título ao som de um golo nosso. Eu preferia que o momento matemático não tivesse sido no sofá ...
2. Eu não domino as estatísticas todas mas tenho ideia do essencial. Passámos o campeonato quase todo na liderança, fomos mais competentes nos jogos com os rivais directos, marcámos mais golos e sofremos menos. E não soçobrámos na recta final. Foi justo.
3. Apesar de todos os erros (não vou falar deles) gosto da coincidência de sermos os primeiros campeões num campeonato disputado com apoio do VAR.
4. Fomos campeões sem metáforas e sem “neovocabulário”. Não ha cá “carrega”, nem “rumo”, nem “dá-me”, nem sequer aquela coisa do “Ferrari” e do retrovisor. Eu só dizia uma coisa muito simples e nada presunçosa - “eu quero o PORTO campeão!”.
5. E somos!

PS. Um abraço a muitos que se me têm dirigido e que, na sua tristeza (talvez mais conformismo e fair-play) sabem como estou contente.

#Saladejogos

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Presunção de vergonha

Nesta nova senda dos «envergonhados» presumo que o João Galamba e o Carlos César se sintam envergonhados pela falta de vergonha de João Galamba e Carlos César até anteontem. Presumivelmente.

#Escritório

terça-feira, 1 de maio de 2018

Gare ao abandono

Em primeiro lugar (soa bem esta do “em primeiro lugar”) a recepção à equipa devia ter sido na parte de fora do aeroporto. Nunca lá dentro (apetece dizer que “Portugal não é a Grécia”).
Depois, toda esta adesão estava “anunciada” e era antecipável. Não se compreende a falta de comparência das forças de segurança para orientar aquele momento colectivo.
Finalmente é sempre triste constatar a selvajaria e a indigência de uns quantos. Não confundo os efeitos de um ajuntamento de muita gente (em que até pode haver danos e sujidade) com o que é simplesmente criminalidade e selvajaria.

Os “maus tratos” à gare do aeroporto e os roubos nas lojas eram evitáveis. Pode e deve ser assacada a responsabilidade aos seus autores em primeiro lugar (gosto mesmo de dizer “em primeiro lugar”). Mas não ponham de fora as forças de segurança. Cabe na cabeça de alguém que a gare estivesse ao abandono?

#Saladeestar