terça-feira, 17 de novembro de 2020

Regionalização (III)

 O ónus da prova – esse pesado ónus que, inexplicavelmente, impende sobre quem vem sugerindo a regionalização – tem de ser enjeitado sem apelo nem agravo.

Passaram mais 20 anos desde a tão festejada rejeição da regionalização às mãos do anúncio das maravilhas da descentralização. Foram, no fundo, mais 20 anos de um Estado central e centralista, que gerou um país desequilibrado, em muitos lugares desertificado e sem autonomia administrativa. Passaram, portanto, 20 anos em que nada aconteceu, em que a descentralização não saiu dos discursos (ou se saiu não se sentiu), em que a organização administrativa vigente comprovadamente não serviu à coesão territorial e ao desenvolvimento equilibrado e justo do país como um todo.
Desculpem, mas os que são contra a regionalização é que têm a obrigação (e que obrigação!) de demonstrar que a solução que vivemos há 40 anos é boa. E, honestamente, devia haver algum pudor em oferecer a descentralização como panaceia dessa demonstração (para quem acabou de dispor de mais 20 anos, como querem que se acredite?).
Não. O ónus de demonstrar a bondade da proposta não é mesmo de quem quer mudar. O ónus é de quem enjeita a regionalização oferecendo em troca promessas estafadas e totalmente desacreditadas.

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