terça-feira, 17 de novembro de 2020

Regionalização (I)

O debate sobre a regionalização – que nunca se chega a materializar (o debate, entenda-se) – está invariavelmente condicionado por estereótipos e boutades que têm tanto de infantil quanto de frases feitas (são mais ou menos sinónimos, bem sei).

A ideia mais batida é a de que Portugal é uno, como quem diz que a regionalização representaria uma ameaça à unidade do Estado. Eu não sei ao que vem essa ideia. Nunca vi, nem subliminarmente, pretensões de independência ou de separatismo. Mas se a unidade se mede pela via administrativa, não percebo ao que vem a divisão por municípios e freguesias e, ainda menos, a «divisão» representada nas regiões da Madeira e dos Açores. Se é para garantir a unidade do País não havia qualquer circunscrição intermédia e acabava-se com o regabofe que é a ambição de mudar uma lâmpada sem autorização do secretário de estado da energia.
E – se quiserem em tom mais sério – talvez valesse a pena pensar que essa ameaça vem das vezes em que eu (como hoje) para tratar de uma licença industrial em Gondomar, me tive que fazer à estrada para reunir com o responsável de uma Direcção-Geral na Avenida da República em Lisboa (só para dar o exemplo desta semana, dispensando-me do da semana passada e do da próxima).

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