O que mais me surpreende na emergência do Porto como destino é o modo como nos soubemos abrir à descoberta e o sentido de oportunidade que revelámos nessa abertura. Quando digo «destino» não penso apenas na sua expressão puramente turística, mas também cultural, social, comercial, e até territorial. O próprio país também se tem encontrado com o Porto (o que, temo, não seja o maior elogio ao país que éramos).
Dizem de nós que somos o tesouro mais bem escondido. Eu não diria escondido. Talvez prefira dizer por revelar.
Para quem, como eu, vive embrenhado nesta urbe de que não se distingue, pode parecer estranho ou mesmo contraditório arriscar dizer que o Porto não valia assim tanto a pena.
Valia, com certeza. Este destino tão especial não nasceu agora. E se vale hoje é porque valia!
Com o distanciamento que não tenho, diria, todavia, que nunca como agora estivemos tão preparados para nos revelarmos. Não vivíamos tão abertos e tão disponíveis. Tínhamos os nossos espaços (alguns deles, aos olhos de hoje, aparentemente tão estranhos e incompreensíveis). Os nossos grupos. Os nossos temas. E era difícil penetrar neste nosso mundo. Para quem lograva tal façanha, vibrava connosco e percebia quão especial (já) era este lugar.
Era também o tempo dos espaços urbanos esventrados, por cuidar, e mais ainda por criar. Talvez estivéssemos aquém do nosso potencial. Nos conteúdos. Nas novidades. Nas recriações. Na descoberta de funcionalidades (dedicávamo-nos mais a outras, em boa verdade).
Quase parece que o sol não brilhava tanto no mar como agora (e o mar é o mesmo). Quase parece que o rio não nos reflectia tanto como agora (e o rio é o mesmo). Que «os campos, as árvores e as flores» não se abriam como agora (e somos os mesmos).
Não sei explicar. Mas sinto um efeito novo. Uma vida nova. Uma cor mais forte. E tudo isto sem termos perdido aquela mística, algo egoísta, que não se explica e que nos condena a sentir em circuito fechado certas dimensões do Porto.
Valia, com certeza. Este destino tão especial não nasceu agora. E se vale hoje é porque valia!
Com o distanciamento que não tenho, diria, todavia, que nunca como agora estivemos tão preparados para nos revelarmos. Não vivíamos tão abertos e tão disponíveis. Tínhamos os nossos espaços (alguns deles, aos olhos de hoje, aparentemente tão estranhos e incompreensíveis). Os nossos grupos. Os nossos temas. E era difícil penetrar neste nosso mundo. Para quem lograva tal façanha, vibrava connosco e percebia quão especial (já) era este lugar.
Era também o tempo dos espaços urbanos esventrados, por cuidar, e mais ainda por criar. Talvez estivéssemos aquém do nosso potencial. Nos conteúdos. Nas novidades. Nas recriações. Na descoberta de funcionalidades (dedicávamo-nos mais a outras, em boa verdade).
Quase parece que o sol não brilhava tanto no mar como agora (e o mar é o mesmo). Quase parece que o rio não nos reflectia tanto como agora (e o rio é o mesmo). Que «os campos, as árvores e as flores» não se abriam como agora (e somos os mesmos).
Não sei explicar. Mas sinto um efeito novo. Uma vida nova. Uma cor mais forte. E tudo isto sem termos perdido aquela mística, algo egoísta, que não se explica e que nos condena a sentir em circuito fechado certas dimensões do Porto.
Revelarmo-nos agora, só agora, fez todo o sentido. Não foi por calculismo. Mas foi sábio.
#Salaodevisitas
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