terça-feira, 27 de novembro de 2018

A coragem e o herói (e a logística)

Com excepção do primeiro, o nascimento de um filho traz consigo um bruaá (escreve-se mesmo assim) social que anda muito à volta da ideia de coragem e de heroísmo. Que coragem, nos tempos que correm!, repetem-me. És um herói!, também me dizem. E, mais recentemente, interessam-se muito com a logística. Sim, com a logística. E como é de manhã para sair de casa? Imagino a logística das refeições e das roupas! (logística é mesmo um termo repetido).

Não sei bem como responder. Sinceramente não sei. Porque não é a logística que me ocupa (quer dizer, chateia-me quando obriga a mudança de carro, pelas poucas alternativas e a preços escandalosos). Nem me ocorre essa ideia de coragem (nem sei de que coragem falam). Muito menos o heroísmo (herói em quê exactamente?).

Eu por acaso o que sinto (e acho que nunca consegui explicar) é que é tudo muito simples. Simples no sentido de descomplicado e pouco elaborado. E a simplicidade, por paradoxal que pareça, gera confiança.

É certo que há muita coragem, que não a minha. E que ainda há heróis, que não eu. Porque se posso dar algum testemunho (dizer “testemunho” é presunçoso...) é que, sem mérito nem arte, talvez se explique (se me perguntam por uma explicação) por aquela simplicidade e confiança. Talvez seja isso.

#Saladeestar

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