Vivo, por estes dias, muito impressionado. E uma das coisas que me tem impressionado é que perante eventos tão graves e tão profundos haja resistência ou impulsos de clubite. Estamos a falar de vidas (muitas!). Estamos a falar de meios elementares de subsistência. Estamos a falar da viabilidade de grande parte do nosso território comum. Perante isto, perante tamanha catástrofe, é absurdo medirmos as nossas reacções. É absurdo que nos preocupemos em estarmos alinhados com os «nossos», que evitemos dizer o óbvio para não afectar ou o governo ou a oposição (dependendo de quem forem os «nossos»).
Eu digo-o com todas as letras. Quero lá saber se o governo é de direita ou de esquerda. Quero lá saber se é do PS, do PSD, do CDS, do PCP ou do BE. Eu e todas as pessoas com quem vivi o inferno de domingo e da madrugada de segunda não queremos saber.
O que sabemos, sem clubite (porque somos livres para o dizer) é que quem circunstancialmente está à frente dos nossos destinos não tem (não teve comprovadamente) a capacidade para nos proteger, para nos interpretar, para nos levantar sequer.
E estamos a falar do que é absolutamente elementar.
É um governo PS (com apoio do PCP e do BE) que nos governa hoje? Se fosse um governo do PSD e do CDS eu, nas mesmas circunstâncias, diria e faria exactamente o mesmo. Porque as vidas, os meios elementares de subsistência, a viabilidade de grande parte do nosso território, não são de esquerda ou de direita. E valem mais – e antes do mais – que qualquer número de economês e politiquês, que qualquer afinidade ou alinhamento. São vidas senhores!
Claro que me manifestarei no sábado.
Sem cálculo e sem clubite.
#Jardim
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