Mesmo para alguém, como eu, que não tem «lado»
porque não se sente habilitado a compreender inteiramente nem a aspiração independentista
catalã nem a convicção autonomista com a integração no Estado espanhol, há um
lado a que não resisto. O dos protagonistas.
Olhamos, ouvimos e estudamos a figura do
Pudgemont (há meia dúzia de meses nem o difícil nome sabíamos pronunciar). E
olhamos, ouvimos e estudamos a figura de Inés Arrimadas. Ignorem por momentos
(eu sei que é difícil) a questão estética – e quem me conhece sabe como não desprezo
a estética na política. Fixem-se simplesmente na postura, nas intervenções, no
conteúdo. Se em Pudgemont sentimos o oportunismo, a vacuidade estratégica, a coragem
titubeante, em Inés Arrimadas, sentimos a convicção, a militância democrática, a
coragem genuína. E – regressemos à estética – a fluência discursiva, a
indumentária sóbria e elegante, o tom doce e firme, fazem de Inés Arrimadas uma
líder invejável. Sorte a dos Catalães.
#Escritório
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