14 de Fevereiro de 2015
Andava há meses a adiar. «Quando vamos os dois», perguntava-me frequentemente.
E eu dizia-lhe sempre que havíamos de ir, que tínhamos de ir, que ia ser mesmo bom.
A cada interpelação – quando vamos os dois? – eu apimentava-lhe a vontade com histórias de conquistas gloriosas, com memórias incríveis e relatos de façanhas quase impossíveis.
«Temos de ir, temos de ir», respondia-lhe sempre a terminar. Vou combinar.
Tinha que ser num sábado, sem pressão, só nós os dois e mais ninguém a chatear. E havia de ser com todo o tempo do mundo. Para nos dedicarmos com o vagar e a devoção justa.
Chegou o dia. Até estava a chuviscar. Era o tempo a recomendar-nos especialmente o programa a dois. Aquele programa a dois.
Saímos de casa, despedimo-nos como quem vai para um mundo à parte, e lá fomos os dois. Só nós os dois, com todo o tempo do mundo.
Gostámos os dois de tudo! Dedicámo-nos os dois a tudo! E confirmámos que ali está o que gostamos mais que tudo!
A mim coube-me explicar mais, mas nem por isso os olhos me deixaram de brilhar. Sim. Brilhavam-nos os olhos. Ríamo-nos os dois pelas conquistas ali testemunhadas. Víamos e revíamos (vivíamos!) as tais histórias de conquistas gloriosas, as memórias incríveis e as façanhas quase impossíveis.
Cada um de nós os dois trouxe consigo o que quis. Do meu lado, comoveu-me perceber a nossa sintonia – a comunhão quase química de interesses. Queríamos ver as mesmas coisas. Queríamos estar mais tempo nos mesmos sítios.
Que bela tarde no Museu do F. C. Porto com o meu filho!
#Jardim
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