Não tenho nem ilusões nem presunções. E não faço exigências.
O voto é o que cada um quiser fazer dele. Na
mais absoluta liberdade. Se essa liberdade é baseada na leitura aturada dos programas
ou numa ponderação profunda sobre as alternativas, tanto melhor. Mas vale o
mesmo se for fruto de uma precipitação, de um engano ou até de uma garotice.
E esta constatação tanto vale para um lado como
para o outro. Serve para quando gosto e para quando não gosto do resultado.
Achar que os eleitores não sabem o que fazem é
presunçoso, incoerente e até pouco democrático. Presunçoso porque tem na génese
a ideia de que «eu é que sei». É incoerente porque já não interessa quando os
resultados são os que eu gosto. É pouco democrático porque vai colher à ideia
de que isto estaria bem era nas mãos de uns iluminados (que o povo é ignorante
e não é capaz de decidir bem).
O argumento das promessas demagógicas e vãs é
fraco e não vale – se não fosse fraco e não valesse, então
valeria sempre (porque não há acto eleitoral que não se ornamente de promessas
demagógicas e vãs).
Eu por mim respeito sempre os resultados de qualquer
votação. Com humildade e com espírito democrático.
E por isso não posso acompanhar aqueles que no
Reino Unido esbracejam pedindo um segundo referendo (à francesa e à portuguesa,
já agora).
#Escritório
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