Esta brincadeira - que é de uma brincadeira que se trata - de deixar a sorte da Europa entregue a disputas e motivações internas dos seus Estados é uma moda perigosa e que deveria merecer enérgica reacção da própria Europa.
O que se passa em Itália no referendo de hoje não é senão uma velha discussão interna sobre a sua organização política. A europeização dessa discussão nasce na insensata instrumentalização dos seus promotores que apostam no drama para assegurar a sua carreira. E alimenta-se da ideia (que é quase um desejo mediático) de que vêm aí os populistas e anti-europeístas.
Se em Inglaterra o tema ainda era a Europa, em Itália já só o era pelos temores populistas e pelo tal jogo de ameaças pessoais. Em ambos os casos, todavia, é triste ver a Europa reduzida a joguete e a bode expiatório às mãos de quem se arroga institucionalista e responsável (Renzi hoje, Cameron ontem).
O problema da Europa começa a ser não se dar ao respeito. De repente ninguém toma as suas dores. Ninguém denuncia alto e bom som: a César o que é de César, à Europa o que é da Europa!
#Escritório
Sem comentários:
Enviar um comentário