1. Não somos especialmente experimentados em velórios de Estado (o que tem mais de positivo do que de negativo). Há uma indefinição (ou mesmo tensão) permanente entre o formal e o informal, entre o reservado e o popular, entre a ordem e a espontaneidade. Mas se não fosse assim não éramos nós.
2. Eu não escolhia os Jerónimos. Fazia muito mais sentido na Assembleia da República. O líder e fundador do partido mais votado nas primeiras eleições livres, aquele que foi pela primeira vez primeiro-ministro com base em eleições livres, pluralistas e democráticas, um ex-chefe de Estado eleito. Um deputado constituinte. Tudo medido, era na casa da democracia que devia ser velado.
3. Há qualquer coisa de fatal nestes eventos mediáticos. Uma delas é a certeza dos directos divididos entre repórteres já sem ar e sem assunto e que recorrem aos crónicos populares de braços pousados no gradeamento de segurança. Outra, entre perguntas e respostas, é a pobreza confrangedora do diálogo em directo.
4. Imagino a importância de uma visita de Estado à Índia para um país como Portugal, e imagino, portanto, o que representaria «perder» este slot na Índia (não é esse o meu ponto). O que +e pouco democrático é só assitir a alguns o direito de opção (da opção certa, dirão).
5. Não há nenhuma contradição em ter passado uma vida inteira a criticar Mário Soares e agora reservar-lhe palavras de reconhecimento e agradecimento. É que uma coisa é o combate político, democrático e plural. Outra, anterior e mais importante, é a definição do regime que nos há-de permitir, justamente, aquele combate político livre, democrático e plural.
6. No fim do dia fica-nos a divisão de sempre. Mais exposta e por vezes primária. Mas a de sempre. Entre os que olham a liberdade como um acessório instrumental - e quem diz a liberdade diz a democracia. E os que não dispensam nem a liberdade nem a democracia. É essa a divisão. À direita e à esquerda. Mais do que entre a direita e a esquerda.
#Saladeestar
2. Eu não escolhia os Jerónimos. Fazia muito mais sentido na Assembleia da República. O líder e fundador do partido mais votado nas primeiras eleições livres, aquele que foi pela primeira vez primeiro-ministro com base em eleições livres, pluralistas e democráticas, um ex-chefe de Estado eleito. Um deputado constituinte. Tudo medido, era na casa da democracia que devia ser velado.
3. Há qualquer coisa de fatal nestes eventos mediáticos. Uma delas é a certeza dos directos divididos entre repórteres já sem ar e sem assunto e que recorrem aos crónicos populares de braços pousados no gradeamento de segurança. Outra, entre perguntas e respostas, é a pobreza confrangedora do diálogo em directo.
4. Imagino a importância de uma visita de Estado à Índia para um país como Portugal, e imagino, portanto, o que representaria «perder» este slot na Índia (não é esse o meu ponto). O que +e pouco democrático é só assitir a alguns o direito de opção (da opção certa, dirão).
5. Não há nenhuma contradição em ter passado uma vida inteira a criticar Mário Soares e agora reservar-lhe palavras de reconhecimento e agradecimento. É que uma coisa é o combate político, democrático e plural. Outra, anterior e mais importante, é a definição do regime que nos há-de permitir, justamente, aquele combate político livre, democrático e plural.
6. No fim do dia fica-nos a divisão de sempre. Mais exposta e por vezes primária. Mas a de sempre. Entre os que olham a liberdade como um acessório instrumental - e quem diz a liberdade diz a democracia. E os que não dispensam nem a liberdade nem a democracia. É essa a divisão. À direita e à esquerda. Mais do que entre a direita e a esquerda.
#Saladeestar
#Escritório
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