quarta-feira, 19 de abril de 2017

Allez

Não somos especialmente letrados em política internacional (com política internacional pretendo referir-me às diversas realidades nacionais de muitos dos Países que nos vão interessando).
Conhecemos pouco – mesmo muito pouco – da realidade e das idiossincrasias (fica bem dizer idiossincrasias) dos Estados Unidos mas poucos de nós resistiram ao comentário de cátedra sobre o duelo Trump / Hillary. Não fazíamos ideia sobre o significado da queda da Dilma e sobre a história do seu sucessor, mas não nos doeram os dedos na hora de postar uma opinião. Dos referendos que grassam (ou desgraçam) por essa Europa – do já longínquo Grego, passando pelos incontornáveis britânicos – o da Escócia e o do Brexit –, olhando ainda ao Italiano, e terminando no Turco deste fim de semana – pouco sabemos para lá dos lugares comuns, mas não hesitamos em tomar partido e a ensaiar umas ilações de inteligência e pertinência duvidosas.

Agora estamos com os olhos em França, de onde nos lançam 4 propostas a evitar (dizem). A Marine Le Pen da extrema direita (cruzes credo!). O Mélonchon da extrema esquerda (vá de retro!). O Fillon, retrógrado e a acumular escândalos (ai de quem o defender!). E o Macron, que dá mau nome à esquerda ou ao centro porque é pelo sistema (sistema em sentido pejorativo, como é óbvio). Está bom de ver que não é fácil. Eu, que há muitos anos que me especializei em lugares comuns (não me estou a pôr de fora, estão a ver?) já só me movo pelo elementar. E o elementar – convém lembrá-lo – ainda é a preservação deste espaço de paz, de integração, de democracia e de liberdade, que é a Europa sob o «jugo» da União Europeia. Sei bem que é démodé, mas ainda sou europeísta convicto, daqueles que olha com admiração e inspiração para um Adenauer, um De Gasperi ou um Schuman (sim, continuo a achar que eles é que estavam certos).

Sobram ideias, promessas e percursos não recomendáveis de todos os candidatos. Muito especialmente dos dois extremos (tocam-se sempre, mais um lugar comum). Mas talvez ficássemos menos mal com um dos dois do meio. Fillon. Ou Macron. Allez (ou lá como se diz em França).

#Escritório

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