quarta-feira, 12 de abril de 2017

Gerações

Eu gostava de dizer – ou de deixar dito – que neste jogo de gerações rascas, em que as anteriores tanto gostam de exibir a sua superioridade comportamental sobre as seguintes (caso para perguntar com quem terão aprendido?), fujo o mais que posso do teatro de indignados.

Não tenho quaisquer ilusões. No meu tempo (o que dói assumir a expressão «no meu tempo»!) éramos capazes disto tudo. Não éramos nem melhores nem piores que os de hoje. E suspeito que dos que nos precederam.

Não é desculpa para os de hoje. Nem para os de ontem, já agora. O que está mal hoje estava mal ontem (que fique claro). Mas não vale esse argumento do «no meu tempo não era assim». Porque era. Há várias gerações que, se estivermos a jeito, sabemos ser selvagens.


PS. Não estou aqui a tratar de outras questões. Como a facilidade e quase incitamento. A ausência de censura ou desculpabilização. E a cultura de impunidade. Aí até pode haver diferenças. Mas não são boas. Especialmente para a geração dos indignados.

#Saladeestar

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