Conhecias o Camilo de Oliveira? Então não! Muitas horas nos acompanhou ele no serão lá em casa. Não chegámos a cruzar-nos pessoalmente (mero pormenor), mas eu conhecia-o de há muitos anos. E já os meus pais. E os meus avós. Todos o conhecemos.
Não sei se era de esquerda ou de direita (ou por outra, nem quero saber). Sei que era daqueles que faziam parte da nossa cultura popular – televisiva, de revista e de teatro – que nos caracteriza tão autenticamente enquanto povo. No humor simples, fácil e mesmo desarmante. No desembaraço ou improviso. Na autocrítica sem freio. Nem sempre com o mesmo fulgor e sucesso.
Mais do que gostar de Camilo de Oliveira era pelo que simbolizava que eu sobretudo gostava dele. O artista português que ainda nos ligava. Ao tempo dos meus avós. Ao tempo dos meus pais. Ao meu tempo.
Com total despudor (talvez até com algum desassombro e orgulho) digo que sinto falta de mais cultura popular. Atrevo-me a dizer que o espaço que lhe pertencia piorou francamente (seja ele preenchido com os eruditos debates à volta do Brexit, das sanções a Portugal ou da crise financeira, seja pelos malogrados programas de deboche em directo inaugurado pelo Big Brother).
Mais do que gostar de Camilo de Oliveira era pelo que simbolizava que eu sobretudo gostava dele. O artista português que ainda nos ligava. Ao tempo dos meus avós. Ao tempo dos meus pais. Ao meu tempo.
Com total despudor (talvez até com algum desassombro e orgulho) digo que sinto falta de mais cultura popular. Atrevo-me a dizer que o espaço que lhe pertencia piorou francamente (seja ele preenchido com os eruditos debates à volta do Brexit, das sanções a Portugal ou da crise financeira, seja pelos malogrados programas de deboche em directo inaugurado pelo Big Brother).
#Saladeestar
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