Hoje é numa Igreja em França. Como podia ser num
comboio na Alemanha ou na marginal de Nice. Como havia sido antes numa discoteca
em Orlando ou numa sala de concertos em Paris.
E se levantarmos os olhos (e talvez a consciência),
vemos os horrores que se praticam na Nigéria e em tantos mais territórios africanos,
no Médio Oriente e um pouco por todo este nosso triste mundo. Ou mesmo na
Turquia, de onde nos chegam relatos assustadores.
A chacina, o ódio, o desprezo pela vida e pela
dignidade humana. Seja por motivação religiosa (com o islamismo radical a unir
grande parte destes eventos), seja por loucura solitária (agora promovida pretensamente
a orgânica), seja por vinganças indecifráveis.
Hoje foram católicos, dentro de uma Igreja.
Como em Orlando foram os homossexuais. Ou em Paris, jovens convencionais num concerto
rock.
Não me indigno mais hoje, por ter sido na
«minha» Igreja. Talvez sinta mais pessoalmente (o que é legítimo). Como
sentiria se tivesse ocorrido em Portugal, por ser o meu país.
O que me indigna é por serem pessoas, para mais
totalmente inocentes.
O que me indigna é a violência gratuita e absoluta
contra a liberdade legítima dos demais.
O que me indigna é a barbárie cultural e
religiosa que nos atormenta sem tréguas e sem razão.
Tenho pensado várias vezes – mais do que as que
gostaria, tantos são os eventos que me sobressaltam a consciência – sobre estas
monstruosidades.
Não são novidade nenhuma. A humanidade de hoje não
é diferente. Não somos nem melhores nem piores. Não inventámos nada. Basta ler
a história.
E termos consciência individual e colectiva de
que é mesmo assim tanto serve para relativizarmos (no sentido de não perdermos
a esperança) como serve sobretudo para prevenirmos. E serve também para não nos
enganarmos com explicações enviesadas e desonestas.
Não há política – ou políticas – que justifiquem
estes actos. Sejam de direita ou de esquerda. Estes loucos não se regem pelos
nossos cânones e riem-se de cada vez que nos iludimos a construir essas
narrativas tão absurdamente ocidentais.
Insisto. As autoridades islâmicas não se ouvem.
Não se ouvem! Enquanto não se ouvirem com estrilho e em grande escala, não
podem gozar da nossa liberdade! Se ainda é nossa …
#Escritório
#Saladeestar
#Jardim
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