sexta-feira, 1 de julho de 2016

Eu queria dizer que não

1. Gostava de não ter de me preocupar e de poder dizer «eles que falem, que sejam deselegantes, que sejam inábeis politicamente, que sejam pouco razoáveis e insensatos e que rocem a afronta». Ou se preferirem, eu gostava de os mandar àquela parte.
2. Do que eu gostava mesmo era de não depender deles. De não estar neste estado de necessidade. Gostava sinceramente de ver o dia em que já não dependeremos deles. Ou se preferirem, o dia em que os poderemos mandar àquela parte.
3. Eu não percebo nada mas olho para os dados e são quase todos preocupantes. As perspectivas de crescimento, a execução orçamental (disfarçada com atrasos nos pagamentos), o desemprego, o investimento, o curso do saldo da balança comercial, a evolução das exportações. No que realmente interessa, não vejo o dia em que os vou poder mandar àquela parte.
4. Eu não percebo nada. Já o disse. Mas vejo-me no meio de um intragável e explosivo caldo. Inabilidade política aos molhos, excesso de reserva mental (não gosto de dizer mentira que para deselegantes já chegam os outros), uns pozinhos de instintos imperialistas e imensa incompetência (é esta última que estraga especialmente o caldo, tal é o exagero!). Em boa verdade, apetece-me mandá-los a todos àquela parte.
5. Pusemo-nos a jeito para ouvir bocas foleiras dos Shaubles e Klaus Reglings desta vida? Como se canta por aí, eu queria dizer que não mas não consigo.

#Escritório

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