domingo, 4 de setembro de 2016

Madre Teresa

Os santos a que culturalmente nos afeiçoámos têm a desculpa ou o "demérito" da distância e da circunstância. Um São João, um Santo António, um São Francisco, um São Tomás ou um Santo Agostinho, têm tanto de notável e grandioso como de inacessível e, em certa medida, não replicável nas nossas vidas. Foram exemplares - não haja dúvida - mas eram outros tempos, outros lugares, outras vidas.

São desculpas ou atenuantes de consciência, que nos servem "à medida" para justificar a nossa tíbia vocação à santidade. Achamos sempre que isso de corresponder "ao outro que nos estende a mão" é para heróis e sobredotados. Não é. Bem sabemos que não é.

Com Madre Teresa não nos assiste essa desculpa de que faz parte de "outros tempos, outros lugares, outras vidas". E por isso é especialmente feliz a sua canonização. Não que já não soubéssemos da sua santidade - os frutos e a áurea que lhe testemunhámos dispensavam a formalidade. Mas faz-nos bem regressarmos ao seu exemplo de vida. De fragilidade. De desprendimento. De entrega. Com firmeza. Com generosidade. Com fidelidade.

Não é nada fácil. Mas não vale inventar desculpas.

#Jardim

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