quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Barbosa de Melo

Não tive o privilégio de ser aluno de Barbosa de Melo e não cheguei a conhecê-lo pessoalmente. Mas acho que posso dizer que o conhecia. Li-o muitas vezes. Sei da sua relevância e inteligência (sobretudo inteligência) em momentos especialmente importantes e fundadores do nosso regime. E acompanhei já, a partir de 1991, o seu «regresso» à ribalta – e, portanto, os seus dois mandatos na Assembleia da República, o primeiro dos quais enquanto presidente eleito pelos seus pares.

A autoridade que lhe reconhecia ia colher ao que nunca pensara ter de valorizar tanto.
Era genuinamente sólido. Cultivava com naturalidade o pluralismo democrático por que se batera. Era sereno na sua firmeza.
Não precisava de ser «floral» nas intervenções. Nem simular (muito menos sentir) reacções ressabiadas e arrogantes.
Por aí se explica a adesão espontânea que gerava. De quem concordava e de quem discordava. Respeitavam-no. E era merecedor de respeito.

Fazem-nos falta, em todas as bancadas, Barbosas de Melo. Faz-nos falta Barbosa de Melo.

#Escritório

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