Não tive o privilégio de ser aluno de Barbosa
de Melo e não cheguei a conhecê-lo pessoalmente. Mas acho que posso dizer que o
conhecia. Li-o muitas vezes. Sei da sua relevância e inteligência (sobretudo
inteligência) em momentos especialmente importantes e fundadores do nosso
regime. E acompanhei já, a partir de 1991, o seu «regresso» à ribalta – e, portanto,
os seus dois mandatos na Assembleia da República, o primeiro dos quais enquanto
presidente eleito pelos seus pares.
A autoridade que lhe reconhecia ia colher ao
que nunca pensara ter de valorizar tanto.
Era genuinamente sólido. Cultivava com
naturalidade o pluralismo democrático por que se batera. Era sereno na sua
firmeza.
Não precisava de ser «floral» nas intervenções.
Nem simular (muito menos sentir) reacções ressabiadas e arrogantes.
Por aí se explica a adesão espontânea que
gerava. De quem concordava e de quem discordava. Respeitavam-no. E era merecedor
de respeito.
Fazem-nos falta, em todas as bancadas, Barbosas
de Melo. Faz-nos falta Barbosa de Melo.
#Escritório
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