Não há essa coisa da entrada nos entas com a importância que sugerem as felicitações. Passados dois dias já ninguém liga, e termos 39, 40 ou 41 é exactamente a mesma coisa (ninguém olha para nós na rua tipo “olha vai ali um senhor que já tem 40!”).
Os 40 também não são os novos 30. Eu lembro-me bem como era quando tinha 30. E mesmo eu - que me acho fácil - já não corro por uma noite como corria quando tinha 30.
E olhem que aos 40 não estamos tão “entradotes” como um dia (injustamente) achámos que os nossos pais estavam quando os vimos a fazer 40 - ainda estamos para as curvas por muito que gostem de insistir na ideia de que agora vai ser sempre a descer (isso já era aos 30...).
O melhor de fazer 40 - o que é quase incrível nesta viragem dos 40 - é que os encontros se precipitam. Muitos deles “velhos” encontros. Parece que há uma espécie de “toca a rebate” e que de repente voltamos a falar com aqueles amigos com quem, aos 10 anos, fazíamos um programão à volta de uma bola, com quem, aos 14, bebemos mais do que duas cervejas pela primeira vez numa noite (faço-me entender?), com quem fizemos erasmus aos 20, com quem partilhámos a aventura do primeiro trabalho depois do curso.
E há um certo regresso à família, aos primos “antigos” e até adiados.
Não sei bem explicar. Há qualquer coisa de puro e de cândido que os 40 nos trazem. Não é bem os 40, mas vem por causa da efeméride dos 40.
Já não sei quantos contactos actualizei por estes dias. Quantos abraços pude dar ou enviar. Quantos “que é feito?” me ouviram ou dirigiram. O que sei é que se eu soubesse que era assim já teria simulado estes 40 que o bilhete de identidade agora confirma (digo sempre bilhete de identidade, que não me sai cartão de cidadão) .
Eu prometo que não mais saio do modo 40. A sério que prometo.
PS. Nem sei bem como agradecer a avalanche de parabéns que recebi. O mínimo - que acho que já consegui cumprir - era agradecer individualmente a cada um. Mas renovo aqui um “obrigado” comovido!
#Jardim
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