Se há coisa que não me surpreende mas que lastimo - à
direita e à esquerda - é a paixão com que se critica ou defende exactamente a
mesma solução quase ao mesmo tempo. Sim, exactamente a mesma solução.
Defende-se ou critica-se em função do autor da proposta ser ou não ser dos "nossos".
Percebe-se o incómodo do governo a propósito do perdão fiscal
agora anunciado. Ele não é senão uma medida desesperada de arrecadação de receita. Mas
é assim com este perdão fiscal como foi com o seu "irmão" promovido
há 3 anos pelo anterior governo. E não vale a pena perder tempo com narrativas
porque não é preciso conhecer os detalhes do diploma para saber que este e o de há 3 anos são iguais no que verdadeiramente interessa (perdão de juros e de
custas para quem pagar dívidas fiscais).
Há de facto uma diferença. Os críticos de ontem são os apoiantes
de hoje. E vice-versa. E essa diferença é hipócrita, é
circunstancial e não é tributária de qualquer nobre convicção.
Apetece-me dizer - à direita e à esquerda - que a falta de memória e de contenção verbal é feio. E para isso é que não há perdão.
#Escritório
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