Quando estamos em Coimbra percebemos quanto é
esforçada a «tradição» noutros lugares.
E percebemos como é invejável – porque com sentido,
com significado e com estética – a solenidade dos seus momentos. Um doutoramento,
uma serenata monumental ou mesmo umas exéquias fúnebres de um dos seus merecem o
adorno que só em Coimbra nos parecem equilibrados, simples e naturais. A
começar pelos seus espaços e lugares.
Quando ao lado desta dignidade singular há
também – convém reconhecer – o lastro e a qualidade científica, perguntamo-nos
como é possível que Coimbra não seja sedutora e irresistível. Como é possível?
Aos olhos de qualquer estudante – e do próprio
mercado – Coimbra deveria representar uma espécie de lugar de sonho.
Mal comparado (ou talvez não) alguém preferiria
estudar em Dallas se pudesse estudar em Harvard? Ou em Manchester em lugar de
Oxford ou Cambridge?
É que a preferência pelo Porto, por Lisboa ou
por Braga (como tantas vezes acontece em Portugal) é quase incompreensível num
país em que há Coimbra.
Nos dias que correm fico com a sensação de que Coimbra
não sabe ou não consegue apresentar-se aos estudantes e ao mercado tão sedutora
e irresistível como de facto é.
PS. Não sou nem estudei em Coimbra.
#Saladeestar
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