domingo, 10 de abril de 2016

Irmãos

A hierarquização do amor tem tanto de absurdo como de impossível. Há diferentes amores, há diferentes relações de amor e há naturalmente diferentes expressões de amor.
Mesmo em família, não vale a pena comparar o amor dos pais pelos filhos (porventura o mais incondicional de todos), com o dos filhos pelos pais (na hora justa, talvez o mais reconhecido e agradecido), ou com o amor conjugal (que emana da nossa escolha e se exprime na comunhão mais completa).
Os irmãos conhecem-se de sempre. No seu melhor e no seu pior. Sabem uns dos outros o que nunca os pais saberão e o que os maridos ou mulheres não têm nada que saber. Não fazem cerimónia entre si e partilham os orgulhos e os embaraços familiares.
Quando penso no amor de irmãos não penso nessa lógica impossível de saber se é o maior da nossa vida. Sei que é enorme. Que provavelmente é o mais transparente, mais genuíno e mais autêntico.
E, já agora, para mim é sobretudo indispensável.
#Jardim

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