Não vejo o jogo político-parlamentar do Governo por trás da fuga à votação do Programa de Estabilidade como um problema (e muito menos como uma surpresa).
Claro que o CDS – mais e melhor do que o PSD – faz muitíssimo bem em expor a fragilidade das esquerdas trazendo o assunto para cima da mesa e mostrando, para quem ainda não soubesse, quão envergonhada é a sustentação parlamentar do Governo PS.
E também acho que o Governo – e, com ele, o BE e o PCP – faz o seu papel ao evitar levar a votação um documento que teria um potencial de desestabilização perigoso e que não traria qualquer vantagem para o seu mandato.
Se quisesse resumir numa frase o desfecho deste episódio diria que já nem espaço há para uma boa hipocrisia, de tão transparentes que são as intenções.
O Programa de Estabilidade, pleno de generalidades, é para meninos e presta-se sem arte ao jogo político.
A sério vai ter de ser o OE 2017 (ou um eventual Plano B). Aí já não estarão disponíveis as divergências ideais. Ou aprovam ou não aprovam.
Mais do que o OE ou o Plano B quero é ver qual é o Plano BE (e PCP) para esse momento cada vez mais próximo. Sobretudo se as sondagens não recomendarem uma consulta popular.
#Escritorio
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