sexta-feira, 5 de maio de 2017

Vídeo árbitro

É certo que não é bem um segredo e muito menos é novidade. Mas eu gosto muito de futebol. E gosto imenso do meu clube (segredo ainda menos bem guardado). Dirão que gosto excessivamente. Eu respondo que não sei «gostar» sem me entregar.

Ora, eu alimento esta minha paixão pelo futebol e pelo meu clube da rivalidade com os demais clubes, naturalmente, e da tensão à volta dos jogos, dos jogadores, das jogadas, dos golos, das celebrações e das desilusões. Tudo banalidades, dirão.

Esta servidão que o futebol me impõe, tem, todavia, um lado menos bom, que não consigo evitar tanto quanto gostaria e que chega a prejudicar a minha «capacidade de gostar», quase recomendando-me ao afastamento. No fundo, as discussões à volta dos erros, dos penaltis e foras de jogo, das agressões e insultos, e dos próprios programas de debate (imagine-se!), deixou de me interessar e, portanto, tem afectado gravemente aquela minha entrega ao futebol e ao meu clube. Eu, que era caninamente fiel ao «domingo desportivo», ao «trio de ataque», ao «remate», e tantos outros, perdi a vontade. Não vejo um único programa de comentário e debate sobre futebol. E sei bem que isso quer dizer que estou afastado da televisão convencional aos domingos, às segundas, às terças e às quartas. E suponho que, como eu, tantos mais que comungam de igual paixão (não necessariamente pelo mesmo clube).

É a esta luz que me anima o anúncio do vídeo-árbitro já na próxima época. Não há-de ser a panaceia para a indigência do debate desportivo que nos sufoca actualmente. Mas contribuirá, seguramente, para afastar algum do ruído e devolver a confiança que tanta falta faz ao nosso futebol.

#Saladejogos

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