É certo que não é bem um segredo e muito
menos é novidade. Mas eu gosto muito de futebol. E gosto imenso do meu clube (segredo
ainda menos bem guardado). Dirão que gosto excessivamente. Eu respondo que
não sei «gostar» sem me entregar.
Ora, eu alimento esta minha paixão pelo
futebol e pelo meu clube da rivalidade com os demais clubes, naturalmente, e da
tensão à volta dos jogos, dos jogadores, das jogadas, dos golos, das
celebrações e das desilusões. Tudo banalidades, dirão.
Esta servidão que o futebol me impõe, tem, todavia, um
lado menos bom, que não consigo evitar tanto quanto gostaria e que chega a
prejudicar a minha «capacidade de gostar», quase recomendando-me ao afastamento. No
fundo, as discussões à volta dos erros, dos penaltis e foras de jogo, das
agressões e insultos, e dos próprios programas de debate (imagine-se!), deixou
de me interessar e, portanto, tem afectado gravemente aquela minha entrega ao
futebol e ao meu clube. Eu, que era caninamente fiel ao «domingo desportivo»,
ao «trio de ataque», ao «remate», e tantos outros, perdi a vontade. Não vejo um
único programa de comentário e debate sobre futebol. E sei bem que isso quer
dizer que estou afastado da televisão convencional aos domingos, às segundas,
às terças e às quartas. E suponho que, como eu, tantos mais que comungam de igual
paixão (não necessariamente pelo mesmo clube).
É a esta luz que me anima o anúncio do
vídeo-árbitro já na próxima época. Não há-de ser a panaceia para a indigência do
debate desportivo que nos sufoca actualmente. Mas contribuirá, seguramente,
para afastar algum do ruído e devolver a confiança que tanta falta faz ao nosso
futebol.
#Saladejogos
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