terça-feira, 9 de maio de 2017

Ainda sobre Rui Moreira e o PS

Nota prévia. Eu talvez precise de dizer – para que não subsistam dúvidas – que não vejo que Rui Moreira pudesse (e portanto, devesse) ter feito coisa diferente nesta história com o PS.
Ainda que o preço tenha sido o de perder um dos seus leais braços direitos nestes 4 anos, há momentos e princípios que se sobrepõem à eventual eficácia (e, muitas vezes, até à amizade).
Dito isto – reafirmando, portanto, que Rui Moreira esteve globalmente bem – sobram os escombros. E, para lá da importante demonstração de genuína independência, eu não acho que esses escombros sejam muito bons. Ainda que do lado de Rui Moreira sejam mais facilmente suplantáveis.
Se é verdade que Rui Moreira perde Manuel Pizarro, mais verdade ainda é que Manuel Pizarro perde influência e protagonismo (no imediato, seguramente) e está diminuído como candidato alternativo. Não lhe consigo encontrar um discurso. Antecipo-lhe um exercício eleitoral difícil e porventura penoso. E enfrentará muitas perguntas de resposta difícil. Vai dizer mal do mandato de Rui Moreira? Vai dizer que faria diferente? E que responderá à pergunta óbvia sobre se está disponível para um acordo pós-eleitoral? Qualquer resposta a esta pergunta é má. Se disser que sim, reconhece-se como uma espécie de «second best». Se disser que não, fica a sensação de birra e de que afinal essa coisa do Porto em primeiro só funciona se o Partido estiver antes em primeiríssimo. E por muito que afirme que corre para presidente (pretendendo devolver a pergunta a Rui Moreira sobre se está disponível para um acordo pós eleitoral com o presidente Pizarro) a realidade não lhe consentirá essa ousadia. Estão em jogo os 3 vereadores de há 4 anos.

#Escritório

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