segunda-feira, 15 de maio de 2017

A vitória de Salvador Sobral

Comunguei - e comungo - da excitação colectiva (e até infantil) à volta da epopeia do Salvador Sobral. Gostei da música à primeira. Fui gostando cada vez mais. E às tantas já era mais o desejo de gostar que prevalecia. Porque queria participar do movimento colectivo e cada vez mais disseminado por essa Europa fora.

Também fui gostando do próprio Salvador, da sua história e do seu jeito desajeitado de viver esta revolução à sua volta.

E finalmente dei por mim a entregar-me ao festival e, com especial intensidade, à vertigem gloriosa das pontuações (os twelve points for Portugal, de tão repetidos, já soavam a refrão).

O senão veio com as palavras da vitória. Não resistiu a tirar de esforço e, no fundo, a desdenhar sobre os seus concorrentes (os "fast food" e "fireworks", como lhes chamou). Não foi bonito. Mas eu, que deambulo entre momentos Salvador Sobral (dou-lhe a honra do epíteto), os momentos Tony Carreira e os fireworks e fast food, perdoo-lhe a fraqueza. Arrisco dizer que lhe estará a faltar uma "eurovisão". Agora que a vitória foi incrível, lá isso foi.

#Saladeestar

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