Sempre achei que Rui Moreira talvez não tivesse pensado numa
equipa para governar a cidade. Escolheu elementos leais, competentes e coesos,
mas talvez sem a abrangência e os atributos que o cumprimento do seu programa pressupunha
em caso de vitória, como veio a suceder. E por isso não fiquei surpreendido que
dos 3 eixos principais com que se apresentou à cidade – (i) coesão social e habitação, (ii) cultura, (iii) economia e emprego – tenha acabado por entregar dois deles a
vereadores de listas concorrentes e concentrado o remanescente em si próprio.
Há, claro, o elogio da magnanimidade e da abertura aos concorrentes, mas sobra
a dúvida sobre os seus.
Se a triste e inesperada partida do vereador da cultura
já tinha dado o sinal de falta de equipa, com o Presidente a chamar a si o pelouro
vacante, a curiosa convocatória de Ricardo Valente para o pelouro da economia e
emprego (o nome não é bem esse, é «Desenvolvimento Económico e Social») – o homem
que o tão criticado Menezes escolhera para a tão crítica e criticada área da economia
e finanças – deixou um novo e ainda mais significativo sinal. Agora, com a
saída intempestiva, mas inevitável, de Manuel Pizarro, voltamos a assistir
àquela sensação inicial de equipa curta e desajustada à missão proposta. Rui Moreira,
que já tem a presidência propriamente dita e o emblemático pelouro da cultura, concentra
agora o da coesão social e da habitação. Não fora Ricardo Valente ter o da
Economia e Emprego (que antes também estava no Presidente), e sobraria a
sensação de que para lá de Rui Moreira há «pouco Porto» (e eu, que sei quem são
e conheço os demais vereadores, não me parece que tivesse que ser assim).
#Escritório
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