A agenda da natalidade (não confundam com a agenda pessoal de fertilidade...) tem servido, infelizmente, para o exercício mais primário do jogo político-parlamentar.
O diagnóstico é tão objectivo - faltam nascimentos e crianças em Portugal, está em causa a sustentação da segurança social e a dimensão do nosso mercado - que a consensualização à volta de medidas ao serviço dessa causa deveria ser quase um impulso colectivo. Infelizmente não foi e continua a não ser assim, por muito que o problema se agrave e se revele cada vez mais premente fazer alguma coisa.
Típica e estupidamente prevalecem duas razões para o impasse.
A primeira é ideológica. Vá-se lá saber porquê, a nossa esquerda associa à direita a agenda da natalidade. É que estaremos sempre a falar da maternidade, do incentivo aos nascimentos, da família (sendo a família convencional - homem / mulher - a que tem significativa propensão para gerar crianças). Tudo termos ou conceitos que causam urticária à esquerda, por nos reconduzir ao elementar das relações familiares e sociais. E dessa urticária brota a resistência, por muito que ela não lhe aproveite - nem a ela nem a ninguém.
A primeira é ideológica. Vá-se lá saber porquê, a nossa esquerda associa à direita a agenda da natalidade. É que estaremos sempre a falar da maternidade, do incentivo aos nascimentos, da família (sendo a família convencional - homem / mulher - a que tem significativa propensão para gerar crianças). Tudo termos ou conceitos que causam urticária à esquerda, por nos reconduzir ao elementar das relações familiares e sociais. E dessa urticária brota a resistência, por muito que ela não lhe aproveite - nem a ela nem a ninguém.
A segunda razão é de ordem puramente estratégica e política, no seu sentido mais desprezível. Com a alternância política, cada facção tem disposto das maiorias aparentemente suficientes para avançar com medidas concretas de promoção da natalidade, sem que a resistência da oposição represente um verdadeiro obstáculo. Os mandatos, todavia, sucedem-se, as maiorias e os protagonistas mudam, e apenas nos são servidos pequenos paliativos, acompanhados de chavões propagandistas. À clareza de intenções e de medidas na oposição sucede-se uma cruel tibieza no Governo.
Já sabemos. As circunstâncias condicionam. Os constrangimentos orçamentais justificam tudo. E cada liderança, em concreto, tem as suas próprias prioridades de entre aquelas que representam o seu partido.
Eu diria que as circunstâncias revelam com mais clareza as verdadeiras prioridades (porque são esses os momentos de fazer opções).
Já sabemos. As circunstâncias condicionam. Os constrangimentos orçamentais justificam tudo. E cada liderança, em concreto, tem as suas próprias prioridades de entre aquelas que representam o seu partido.
Eu diria que as circunstâncias revelam com mais clareza as verdadeiras prioridades (porque são esses os momentos de fazer opções).
Ora, esta dança entre oposição e poder torna irresistível a ambos os "lados" expor as contradições entre as declarações e as ações. Pouco interessa se as propostas de acção são boas e até indiscutíveis. Pouco releva a urgência dessas acções. O que verdadeiramente importa - chega a dar um prazer indisfarçável - é expor as contradições, denunciar a hipocrisia, desmascarar a autoridade moral. No fundo, não há como desperdiçar um bom número político.
Não teria problema, não seria gravíssimo ou mesmo criminoso, se o interesse de todos não estivesse a ser desprezado, agravando o estado de urgência que vivemos.
Qualquer pessoa, parcial ou imparcial, de direita ou de esquerda, no governo ou na oposição, e desde que consciente, só pede 3 coisas:
Qualquer pessoa, parcial ou imparcial, de direita ou de esquerda, no governo ou na oposição, e desde que consciente, só pede 3 coisas:
1. Deixem-se de jogos e de tretas e aprovem medidas a sério de apoio à natalidade.
2. Deixem-se de jogos e de tretas e aprovem medidas a sério de apoio à natalidade.
3. Deixem-se de jogos e de tretas e aprovem medidas a sério de apoio à natalidade.
2. Deixem-se de jogos e de tretas e aprovem medidas a sério de apoio à natalidade.
3. Deixem-se de jogos e de tretas e aprovem medidas a sério de apoio à natalidade.
(Não necessariamente por esta ordem, como se costuma ressalvar).
#Saladeestar
#Escritório
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