Mais um atentado. Mais abraços fraternos. Mais
não sei quê. No fundo, há já uma espécie de reacção standard (é mesmo isto,
«standard»).
A cada evento triste – e mais que triste,
revoltante – em lugares que sentimos como nossos, vamos coleccionando lugares
comuns, mais ou menos consensuais. Costumamos partir da premissa da superioridade
da nossa civilização, reiteramos, depois, o orgulho no nosso pluralismo e
tolerância, e terminamos com a afirmação (meio viril, meio vã) de que não
podemos ceder a estas ameaças e agressões. Se tivéssemos uma bandeira para
desfraldar ela teria inscrita a frase feita «nosso modo de vida» e lá
estaríamos todos a desfraldar essa bandeira sem saber bem «porquê», «o quê» e «para
quê».
O que é que nós defendemos exactamente? Que «nosso
modo de vida» é esse em contraposição ao «deles»?
Cada vez mais, com todas as dificuldades que a
necessidade de simplificação nos coloca, acho que nos está a faltar o debate
exigente sobre que sociedade, que valores, que futuro, defendemos. No fundo, a
quê que deverá corresponder essa bandeira difusa do «nosso modo de vida».
Enquanto a resposta for a do relativismo, a do
pluralismo acrítico, a do nivelamento dos valores e da ausência de valores,
somos nós próprios que nos expomos. Porque ninguém se sente mobilizado por uma
amálgama incoerente de valores.
Claro que esse debate implicará a hierarquização,
a crítica e o afastamento de ideias e prioridades absurdas. Eu atrevo-me a dizer
o óbvio – que a pessoa, na sua dignidade intrínseca, ou regressa ao centro do «nosso
modo de vida» ou nesta batalha de civilizações nem vale a pena desfraldar essa
nossa bandeira (quanto mais ir à luta …).
Eu suspeito (não é bem suspeito, é mais acho,
mas prefiro dizer suspeito) que a descristianização da Europa não devia ser
olhada com indiferença.
#Saladeestar
#Escritório
#Jardim
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