quinta-feira, 17 de maio de 2018

Somos nós


No meio deste turbilhão não consigo alinhar no argumento moralista e de desdém sobre o futebol.
Não é o nosso futebol. Lamento, mas não é o nosso futebol que está mal.
Há falta de vergonha, há indícios evidentes de corrupção, há violência. Há muita incoerência (tanto na exigência de uns como na relativização de outros). O quadro não é bom de facto. Não há como negá-lo.
Mas é só no futebol? Faz sentido projectar no futebol – como se de um exclusivo se tratasse – este clima de podridão?
Não, meus amigos, isto não é um problema do futebol. Não é só no futebol que temos protagonistas que «estava-se mesmo a ver» que iam acabar mal. Não é só no futebol que andamos numa dança entre (ex)entusiastas e (neo)arrenpendidos. Não é só no futebol que as suspeitas e os indícios de corrupção são sufocantes. Não é só no futebol que a seriedade não é um valor promovido. Não. Isto perpassa a nossa sociedade de lés-a-lés.
A honra, o carácter, a seriedade, os valores da verdade e do respeito, no fundo, tudo aquilo de que é feita a decência, há muito que perderam «adeptos», «militantes», «investidores», «eleitores» …
Não há milagres. No futebol como nos partidos. No futebol como nas empresas. No futebol como nos bancos. No futebol como em tudo.
Não é o futebol. Somos nós.

#Jardim

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