sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

O IP3

Mais do que as estatísticas (detesto o termo “estatísticas” quando estamos a falar de vítimas mortais), valeria a pena tratar dos casos mais óbvios e patológicos. Há estradas que de tão “repetidas” já não deviam existir. O horror que acumulam - as vidas e famílias que ceifaram! - pelos vistos não impressiona quem hierarquiza e decide os investimentos necessários.
Por estes dias é notícia o balanço de mortes na estrada no ano de 2017. Ontem, também, ouvi o Presidente da Câmara de Tondela reivindicar (mais) separadores centrais no IP3 para que se evitem os crónicos acidentes mortais.
Compreendo mal - ao nível da revolta - que num país em que se construíram infra-estruturas por todo o lado (auto-estradas em duplicado, outras para lado nenhum, circulares externas e internas, estações de metro sumptuosas, até um aeroporto deserto!) ainda não chegou a vez de acabar com o assassino IP3 - a estrada para onde são dolosamente empurrados todos os que vêm de Coimbra e do Sul rumo a Viseu e à Beira Alta.
É verdade que se pôs fim a estradas congéneres que nunca deviam ter existido (como o IP4 ou o IP5). E que foram criadas alternativas a estradas que não se podem eliminar (como é o caso da Via do Infante por referência à Nacional 125). Mas a insistência no IP3 é - não meço as palavras - escandalosamente criminosa. Uma estrada com imenso tráfego, tortuosa e com enormes declives, murada e sem berma ao longo de quilómetros, e com um histórico de horror e morte em permanente actualização.
Estamos em 2018.
Repito. O IP3 é uma vergonha. É um escândalo. É criminoso.


#Saladeestar

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