sábado, 5 de março de 2016

Maria Luís Albuquerque

1. Não fui um entusiasta da nomeação de Maria Luís Albuquerque como Ministra das Finanças;
2. Pode ser injusto, mas fico sempre desconfiado do bom senso de alguém que aceita ser ministro das finanças estando sob a nuvem de um dossier politicamente crítico e potencialmente embaraçante para o próprio governo (como era o dos SWAPS a que estava ligada antes de ser governante);
3. Pode ser injusto, mas fico sempre desconfiado do bom senso de alguém que aceita ser ministro das finanças num governo de coligação sabendo do desagrado do outro partido da coligação;
4. Pode ser injusto, mas politicamente tudo recomendava que à falta de bom senso no convite não se juntasse a falta de bom senso na aceitação (para o que, reconheço, seria necessário um enorme desprendimento e resistência aos apelos do poder);
5. Pode ser injusto, mas o meu escasso entusiasmo de então não melhorou com os tristes ímpetos marialvas e infantis do próprio marido de Maria Luís Albuquerque;
6. Apesar de todo este quadro de partida, fui sendo conquistado ao longo dos seus dois anos enquanto ministra das finanças: apreciei o seu discurso, serenidade e até a classe de quem sabe estar (não só politicamente);
7. Ao não resistir ao convite para administradora não executiva da Arrow Global - para mais, mantendo-se na Assembleia da República como deputada - regressou àquela falta de bom senso de que já quase não me lembrava. E o pior é que essa falta de bom senso veio acoplada ao desprezo egoísta pela reputação do seu próprio partido (em boa verdade, tal como pelo governo quando aceitou ser ministra);
8. Lá em cima ressalvava que "pode ser injusto"? Desculpem. Infelizmente não é nada injusto. Estava lá tudo. Já estava e ainda está.
9. Tenho pena. Não devia ser assim.

#Saladeestar
#Escritorio

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