sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Natal

É sempre a mesma tensão. Uns acham que sim, que todos devem participar desde o início.
- Faz parte! - dizem.
- Mas os que têm menos de 5 anos não podem ir porque só vão atrapalhar... - avisam os demais.
Entre argumentos e contra argumentos, as mães tomam as dores dos mais novos e apresentam-nos à porta, devidamente encasacados e prontos para a investida na mata. Ano após ano, lá vamos todos recolher o musgo que há-de preencher o enorme presépio do nosso orgulho. E do princípio ao fim todos participam, de facto.
Mas não é só musgo! Há sempre um imponente lago de espelho, com o pescador de cana na margem (já com o peixe a morder o anzol). E rio! Tem um rio com água e corrente a sério, atravessado por uma ponte rústica de três arcos. E por entre os montes e vales tão delicadamente criados, convivem a Igreja matriz e a capela, o castelo e o fontanário, as casas grandes e pequenas.
E depois, bem, depois um mundo de pastores e suas infindáveis ovelhas, lavadeiras e anjos a tocar arpa e trompete, que preenchem o imaginário e a disputa entre os mais novos (eu sou aquela!, dizem elas, eu sou este!, diz o mais pequeno, não, eu sou aquele!, protestam outros). E no meio desta entrega colectiva, cada um encontra o seu lugar. Todos cabem. Cabemos todos!
Ao lado dos Reis Magos, de S. José e Nossa Senhora. A cada Natal, somos sempre mais. A rir e a chorar. A pedir e a agradecer. A cantar e a adorar.
E o Menino Jesus?
O Menino Jesus vai nascer!
Bom Natal a todos.

Dezembro de 2015

#Jardim

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